domingo, 25 de maio de 2008

Como viver no mundo da moda e não ser vítima dele?


Fashion Victim, é a expressão usada para pessoas que são vítimas da moda, que seguem a risca todas as grandes tendências e não podem viver sem acompanha-las, mas o assunto que quero falar não é bem esse.

O tema do SPFW - "Motainai" pode ser traduzido por desperdício, mas é muito mais do que isso. É um modo de vida, uma atitude consciente de cuidado com tudo o que consumimos e tudo o que nos cerca.*

Esse tema é realmente um luxo, uma sacada e uma forma inteligente, pois além de homenagear o centenário da imigração japonesa no Brasil também transmite uma mensagem atual de conscientização. Parece meio contraditório o maior evento de moda do Brasil, que lança tendências de consumo e exala o cheirinho de coisas novas super bacanas resultando na vontade de comprar, comprar, comprar. É um velho pensamento errado de alguns consumidores de moda, achando que quanto mais estiverem com as últimas peças chaves de cada estação, mais antenada elas parecerão ser, mais atual, mais cool, mais tudoooo!!!

Na verdade, não é tão contraditório assim, uma vez que o mundo pede socorro, e o consumo desenfreado é uma das rações para o nosso planeta estar tão maluco assim, pois viver a moda e estar nela não significa trocar de carro a cada ano, nem ter o último aparelho celular, nem a TV mais ultra moderna. As coisas não são descartáveis nem tem a obrigação de acompanhar o ritmo dos avanços da tecnologia tão imediatista.

Mas realmente é super difícil o controle sobre a vontade de comprar tudo o que é novo e bonito. Então qual é a saída? É esse sentimento de cuidado e carinho por tudo que somos, possuímos ou desejamos. Viver na moda é criar histórias e relações com o que possuímos também, é ter aquele objeto como sua responsabilidade, ou seja, é entender que muitas vezes comprar algo descartável pelo preço não compensa. É bem melhor algo mais duradouro que faça parte do seu acervo, da sua história.

O ministério da moda adverte: Não faça parte da moda descartável, consuma produtos de valores e qualidade. Não compre somente por impulso, procure estabelecer uma inteligência emocional no ato de consumir moda, assim você viverá mais feliz, menos endividado e o planeta agradece.

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http://linyborges.blogspot.com/

* Trecho do blog filmefashion

segunda-feira, 19 de maio de 2008

De estilista e doido todo mundo tem um pouco...


De estilista e doido todo mundo tem um pouco, pois todos fazemos a nossa própria moda. Então, somos um pouco estilistas e nesse mundo também somos um pouco doidos.

O mundo é cheio de pessoas que adoram falar de moda, que "analisam" os looks dos outros, seja naquela festa, na faculdade, no trabalho, em qualquer local, acabamos sempre olhando as pessoas que estão ao nosso redor e percebendo a linguagem das roupas que elas vestem, logo, todo mundo é um pouco "entendido" de moda. São críticos ambulantes ...

O desejo e a sede pelo consumo de moda está batendo à nossa porta todos os dias. E pense em mundo cheio de opções que fascinam! Logo, existe uma confusão entre saber vestir-se a si próprio e saber vestir a um determinado público. Saber comprar e saber criar. E assim, temos na escolha por fazer moda uma extensão do prazer em vestir ou comprar. Isso é muito perigoso!

Que a escolha de uma profissão é uma missão dificíl todos sabemos, mas eu acho que estilista é uma escolha mais difícil ainda...ou será mais fácil?

Quando eu resolvi fazer a faculdade de moda na UFC há 9 anos atrás, eu lembro bem o tipo de comentário feito por meus familiares e amigos... bem ao estilo "Tem certeza que é isso mesmo que você quer fazer???" Ou "Você vai fazer uma faculdade Federal só para aprender a costurar???" O engraçado é que nessa época o vestibular na Universidade Federal já era super concorrido, mas as pessoas tinham a ilusão de que passar no vestibular para "Estilismo e Moda" era só para entrar na faculdade, mal sabiam que estatisticamente o curso de moda era bem mais concorrido do que vários cursos tradicionais, como administração, letras, economia e outros...

Hoje a realidade é outra, fazer moda é a "tendência" entre as meninas que pensam em fazer o vestibular, afinal existe um "status" envolvido. E é aí que está o perigo, pois fazer moda e trabalhar nesse meio não é entrar em um mundo fabuloso e glamouroso, realmente é um meio fascinante, que está na mídia, que parece ser muito divertido, mas isso é uma pequena parte. É 99% ação + ralação e 1 % glamour.

O cotidiano de quem trabalha com moda é muito trabalhoso e não é só de criação que esse profissional vive, afinal, os processos que envolvem o produto de moda e o caminho que ele percorre até chegar ao consumidor final, TUDO isso é trabalho do profissional de moda. Engana-se quem acha que fazer moda é só pesquisar, criar, desenvolver produtos. O designer de moda tem que ser completo, entender de administração (para coordenar os produtos com o fluxo da empresa), entender muito de marketing, ter um pé na psicologia e muito mais, muito mais mesmo!

Mas, o recado é ... Como em qualquer outra profissão, antes de fazer a escolha por moda, procurem saber realmente sobre o curso e a realidade do mercado de trabalho. Pois a moda mexe com os sonhos das pessoas, diretamente com as emoções, isso cria uma atmosfera de falsa realidade e ninguém quer perder tempo na vida. Procurem conhecer a verdadeira MODA, conhecendo essa, você pode escolher. E se for essa a sua realidade, sejam bem-vindo ao mundo da ação e da ralação!